domingo, 28 de dezembro de 2008
Tin...tin... para o Ano Novo – crendices que alimentam a tradição!
segunda-feira, 8 de dezembro de 2008
Feliz você neste Natal!

domingo, 7 de dezembro de 2008
Ivan Valença e o Cine Aracaju

Comentário feito pelo crítico de cinema Ivan Valença. a respeito da postagem "Cine Aracaju", datada de 7 de setembro de 2008.
De: Data: 30 de novembro de 2008 15:33
Assunto: comentários
Enviado por: infonet.com.br
Recebi seus e-mails, reproduzindo seus artigos sobre os cinemas de Aracaju, que serão muito preciosos nos meus artigos. No artigo do cinema aracaju ou está enganado eu ou está enganado você. Não me lembro das trocas de poltronas, que sempre foram as mesmas, de assento azul acolchoado. Mas me parece que não havia acolchoamento nas costas. No que se refere a tela ela nunca foi trocada, sempre foi a mesma. Aconteceu que o Cinema Aracaju inaugurou-se sem ter a lente cinemascope, daí porque os filmes scope de empresas que eram exclusividades suas passavam em outra sala. então, como eram inumeros filmes em cinemascope, os baianos donos de cinema encontraram um jeito. A lente cinemascope foi fabricada especialmente para ele, para poder projetar na chamada tela panoramica, cortava um pedaço em cima e às vezes ficava muito dificil a leitura das legendas. Por isso Queiroz, quando arrendou o cinema, encontrou outra fórmula. A tela panorâmica continuou e ele mandou fazer outra lente, que enlarguecia quando o filme era em scope e ficava estreita quando o filme era comum. Acima da tela, ele colocou uma faixa de pano de veludo de modo que tinha-se a impressão que a tela era cinemascope de verdade. Quando se exibia o filme plano, ele usava a lente para tela comum. Pelo menos é isso que me lembro. Mas não descarto você de ter razão.
domingo, 30 de novembro de 2008
Época de magia.

domingo, 23 de novembro de 2008
Coronelismo de Fraque

domingo, 2 de novembro de 2008
Lampião no contexto do cangaço

Eram freqüentes, também, os atritos entre famílias tradicionais devido às questões da posse das terras, às invasões de animais e às brigas pelo comando político da região. Num desses confrontos, o pai de Lampião foi assassinado. Para vingar a morte do pai, entre outros motivos, Lampião entra para o cangaço.
O cangaço - movimento constituído de várias nuances no tempo e no espaço – teve suas primeiras manifestações na década de 1830, com grupos espontâneos que agiam no meio rural, instrumentalizados para resolver disputas políticas entre os potentados locais ou pela propriedade da terra. O cangaço sempre foi caronista dos momentos de crises políticas e sociais ocorridas em várias etapas da História do Brasil. O auge das suas ações e da organização cangaceirista se deu nas três primeiras décadas do século XX, sobretudo com o surgimento de Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, a partir de 1918. Na verdade, o Cangaço é um sintoma da luta de classe que se processava no Nordeste. Entretanto, o cangaceiro não tinha consciência social e o Cangaço acabava sendo simplesmente uma reação à miséria que não se resolvia de forma racional e sim, pela violência. Para entendermos bem tudo isso, é preciso acompanhar como atuavam os cangaceiros, e, principalmente, o grupo de Lampião, de quem se tem mais informação. O desenrolar da história do cangaço, tem raízes fortes na questão social e na disputa por um espaço de chão, fatores que influenciaram, indiscutivelmente, no surgimento das revoltas populares, de grupos e líderes que buscavam maneiras de estabelecer um poder paralelo, em contraponto ao governo constituído, que não cumpria seu papel de manter a estabilidade e, principalmente, a justiça social. O sertão do nordeste brasileiro tem sofrido poucas alterações ao longo do tempo, tanto no aspecto climático quanto no social. Desde a segunda metade do século passado até o começo deste, a contestação à pobreza e às péssimas condições de vida tem rendido movimentos populares e muitas dores de cabeça para os donos do poder local e para a administração oficial. Várias rebeliões aconteceram, causadas pela exploração da mão-de-obra do sertanejo desalojado de suas terras pela seca e pelos grandes latifundiários, além de submetido a regimes de trabalho praticamente escravo. Essas rebeliões disseminaram-se pelo agreste, alimentadas pelo número cada vez maior de flagelados. Sem outras alternativas e sabendo que esse estado de coisas seria uma constante, os grupos de rebeldes procuraram em si mesmos os meios para tentar mudanças, instigados pelo analfabetismo, pela fome, pela falta de futuro melhor, pelos anos sucessivos de seca, pela falta de vontade política.
O sertão é, por natureza, adverso ao homem que ali tenta viver. O sertanejo nordestino e sua terra eram e continuam sendo um só todo. Tirar a terra do sertanejo é matá-lo. Tirar o sertanejo da terra é condená-lo a uma existência tão diferente do que lhe é próprio e natural que chega a ser irreal.
As causas do surgimento do cangaço foram de natureza variada. A pobreza, a falta de esperanças e a revolta não foram as únicas. Isso é mais que certo. Mas foram estas circunstâncias as mais importantes para que começassem a surgir os cangaceiros. Muitos, como dissemos, eram pequenos proprietários, mas mesmo assim tinham que se sujeitar aos coronéis. Do meio do povo sertanejo rude e maltratado surgiram os cangaceiros, convictos de que lutavam pela sobrevivência.
Lampião, ao contrário do que muita gente pensa, não foi o primeiro cangaceiro, mas foi, praticamente, o último. Sem dúvida nenhuma, foi o mais importante e o mais famoso de todos. Seu nome e seus feitos chegaram a todos os recantos de nosso país. Praticam assassinatos por vingança ou por encomenda. Pela fama que alcança, Lampião torna-se o "inimigo número um" da polícia nordestina. Muitas são as recompensas oferecidas pelo governo para quem o capture. Mas as tropas oficiais sempre sofrem derrotas quando enfrentam seu bando.
Em 1930, há o ingresso das mulheres no bando. E Maria Déia, a Maria Bonita, torna-se a grande companheira de Lampião. Esta "aristocracia cangaceira" , como define Lampião, tem suas regras, sua cultura e sua moda. As roupas, inspiradas em heróis e guerreiros, bem ao estilo de Napoleão Bonaparte, são desenhadas e confeccionadas pelo próprio Lampião. Os chapéus, as botas, as cartucheiras, os ornamentos em ouro e prata, mostram sua habilidade como artesão.
Após dezoito anos, a polícia finalmente consegue pegar o maior dos cangaceiros. Na madrugada do dia 28 de julho de 1938, a Volante do tenente João Bezerra, numa emboscada feita na Grota do Angico, em Sergipe, mata Lampião, Maria Bonita e parte de seu bando. Suas cabeças são cortadas e expostas em praça pública. Lampião e o cangaço tornaram-se nacionalmente conhecidos. Seus feitos têm sido freqüentemente temas de romancistas, poetas, historiadores e cineastas, e fonte de inspiração para as manifestações da cultura popular, principalmente a literatura de cordel. O caminho que Lampião traçou nas sendas da Bahia, Sergipe, Pernambuco, Alagoas, Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte, hoje claramente observado nos mapas e na memória viva da história do cangaço, praticamente não foi alterado nos últimos 60 anos.
Onde lutou Lampião, nos dias de hoje ainda estão as sobras da subserviência, a presença maciça da ignorância, a exploração dos pequenos e dos humildes. E, de forma geral, também a indiferença nacional continua a mesma. Até a imagem física das localidades permanece quase a mesma do século passado. Quase nada mudou desde os tempos em que Lampião decidiu que não seria mais o trabalhador Virgulino Ferreira.
domingo, 14 de setembro de 2008
Criativos e Globalizados
sábado, 13 de setembro de 2008
Saudades do Cine Palace (10)
Armando Maynarddomingo, 7 de setembro de 2008
Cine Aracaju
êmicos que foram exibidos pelo Aracaju, três se destacaram: Laranja Mecânica (1971) com Malcolm McDowell , que por ter cenas de nudez explícita, só foi liberado depois que a companhia colocou na cópia, com recursos de laboratório, bolinhas pretas cobrindo os órgãos sexuais dos protagonistas. Isto provocava risos na platéia quando da sua exibição, pois viam-se as bolinhas correndo de um lado para o outro, na frente dos atores, a fim de cobrir os órgãos sexuais dos mesmos; O Último Tango em Paris (1972) com Marlon Brando, filme que por muitos anos, ficou proibido, pela censura, de ser exibido no Brasil; Platoon (1986), ganhador de quatro Oscars, um dos relatos mais emocionantes dos horrores da Guerra do Vietnã, dirigido pelo ex-combatente Oliver Stone; outro filme que a censura teve uma recaída, por causa das cenas de violência foi Cobra (1986) com Sylvester Stallone. Os cortes foram feitos na cabine do cinema, pelo próprio projecionista, seguindo orientações vindas de Brasília, descrevendo as cenas que deveriam ser excluídas. Na Semana Santa era sempre reprisado o filme sobre a morte de Cristo, nos Cinemas Aracaju e também Rio Branco (que era arrendado à Zé Queiroz), com uma única cópia para ambos. Por isso, era necessário que os cinemas começassem as sessões em horários diferentes, dando tempo para que um funcionário da empresa ficasse transportando, a pé e por partes, as latas do filme de um cinema para o outro (na época jovens comentavam que algum dia iam fazer com que os dois cinemas parassem, segurando o funcionário no percurso entre um cinema e outro). Dos épicos, lembro-me do filme A Bíblia... no Início (1966), de John Houston, assistido com grande desconforto, pois havia um grilo dentro do cinema. Bons tempos! Hoje o desconforto é o barulho do toque do celular. Armando Maynard
segunda-feira, 25 de agosto de 2008
Oficina de Sensibilização
Através da Alegoria da Caverna, Platão chama a atenção para homens que se encontram acorrentados em uma caverna desde a infância, de tal forma que, não podendo se voltar para a entrada, apenas enxergam o fundo da caverna, onde são projetadas sombras das coisas que passam às suas costas, onde há uma fogueira. Caso um desses homens conseguisse soltar-se das correntes para descobrir, à luz do dia, os verdadeiros objetos, quando regressasse para contar, entusiasticamente, o que vira, não teria o seu entusiasmo acatado nem o crédito do que informaria, e seus antigos companheiros o tomariam como louco. No sentido epistemológico, Platão compara o acorrentado ao homem comum, que se deixa dominar pelos sentidos, pelas paixões, e, com isso, só absorve um conhecimento imperfeito da realidade, limitado ao mundo no qual as coisas são meras aparências e estão em constante fluxo e denomina esta contemplação de opinião. Quando a razão supera o mundo da ilusão e consegue atingir o mundo das idéias, dos verdadeiros modelos arquétipos, fazendo com que o homem liberte-se das correntes, Platão diz que ele, o homem, passou a ser filósofo e que as idéias são mais reais que as próprias coisas. Trocando em miúdos: a caverna é o mundo das aparências em que vivemos e as sombras projetadas no fundo representam, exatamente, aquilo que não percebemos. As correntes são nossos preconceitos e opiniões, nossas crenças, de que o que estamos percebendo é realidade. Mas quem é o prisioneiro que se liberta e sai da caverna? É o filósofo, aquele que tem amor pelo saber. E a luz do sol é a verdade, a nossa realidade. domingo, 24 de agosto de 2008
Saudades do Cine Palace (9)
A grande tela cinemascope do Cine Palace “cabia bem” um épico como DOUTOR JIVAGO (Doctor Zhivago), 1965, Direção de David Lean, com Omar Sharif, Julie Christie e Geraldine Chaplin, vencedor de 5 Oscars, com 3 horas e 21 minutos de duração, filme de grande sucesso, com a famosa composição de Maurice Jarre, Tema de Lara na sua trilha sonora. Os épicos daquela época eram filmes longos, alguns tinham até quatro horas de projeção, e continham abertura, ou seja, após o Cine Jornal (traillers não eram exibidos por motivo do filme principal ser muito longo), e o Certificado de Censura, as luzes da sala eram acesas, a imagem na tela escurecia, começando-se a ouvir a trilha sonora do filme. Quando a mesma acabava, voltava a imagem a aparecer, com a vinheta da companhia cinematográfica, no caso a Metro Golden Mayer e aí sim, começava o letreiro, o filme propriamente dito. Todo preparativo para o espectador entrar no clima. No meio do filme, outra interrupção, a imagem escurecia, aparecia na tela: INTERVALO. Começava-se a ouvir novamente a trilha sonora quando eram acesas as luzes da sala, o que durava cerca de dez minutos. No caso do DR. JIVAGO, o intervalo acontecia na cena em que o trem entra em um túnel, e tudo fica escuro. Volta-se ao filme quando o espectador começa a ouvir o barulho do trem, a tela começa a clarear e aparece o trem saindo do túnel, encerrando-se assim o intervalo. Era um tempo em que se apreciava a sétima arte sem pressa. Não era a um simples filme que se assistia, mas a um espetáculo. Um espetáculo cinematográfico...
Armando Maynard
domingo, 17 de agosto de 2008
Voto - a arma do cidadão!
Em outubro de 2008, teremos eleições para Prefeitos e Vereadores em todos os municípios brasileiros. É um momento propício, para que os eleitores, exercendo seu direito de cidadão contribuinte, dêem uma resposta aos políticos com discurso fácil, mas sem compromisso com o povo, e que pensam somente em seus interesses, esquecendo das propostas feitas em campanha, logo que são eleitos. A carência dos municípios é muito grande, sem saúde, educação, emprego, segurança, moradia e transportes. Está cada vez mais difícil as condições dos mais pobres, doentes e mal alimentados, sofrendo com salários aviltantes e aposentadorias miseráveis, agravadas, cada vez mais, por uma injusta distribuição de renda, que grassa por todos os municípios brasileiros. Os humildes eleitores, políticamente alienados e desinformados, sem alguma consciência do valor de seu voto, vivem enganados com promessas de campanhas, feitas por políticos aproveitadores da ingenuidade de nosso humilde e bom povo. É bem verdade que em toda regra há exceções. Existem muitos políticos sérios, éticos e idealistas, angustiados por não poderem solucionar tantos problemas existentes, principalmente nas camadas mais pobres da população. Além de serem freqüentadores assíduos da Câmara e preocupados realmente com seus munícipes, votam com a consciência, mesmo contrariando seu partido (de oposição), mas que para ele, valem as propostas e projetos apresentados, que venham a beneficiar o povo. Já outros, vivem a negociar e barganhar o tempo todo, interessados tão somente nas benesses do poder, tratando os eleitores com assistencialismo, trocando soluções, idéias, propostas, plataformas, compromissos e planos de administração, por pagamentos de contas de água, luz, dando tijolos, areia, cimento, telhas e remédios, tudo isso antes do pleito, com o fim de comprometer o pobre eleitor a votar nele como agradecimento, roubando-lhe o direito sagrado de escolher aquele que melhor o representaria, isto quando não compram diretamente o seu voto. Depois que conseguem o que almejam, que é a vitória nas urnas, eles viram as costas, não lhes dando a importância devida, pelos votos que o sufragaram nas urnas. O próprio povo também esquece rápido até em quem votou. Este quadro só irá mudar quando a população for mais informada e esclarecida, tendo certo grau de conscientização, instrução, politização e independência, cobrando dos seus representantes e acompanhando o candidato que elegeu, em toda sua trajetória na Câmara ou na Prefeitura do seu município, podendo assim, avaliar seu desempenho e decidindo se o mesmo merece ocupar um cargo público. Caso tenha errado ou se enganado na escolha, na próxima eleição use sua maior arma política – O VOTO, fazendo com que este político não retorne ao cargo que não fez por merecer, começando assim o processo de saneamento, extirpando-o da vida pública.domingo, 10 de agosto de 2008
Cinema Vitória
O Cinema Vitória ficava no último trecho da Rua Itabaianinha, em Aracaju/ Sergipe, onde hoje é o prédio das Lojas Americanas. Dos cinemas do centro foi o primeiro a fechar. Pertencia à Ação Solidária dos Trabalhadores, Instituição ligada à Igreja Católica. Ela tinha mais dois cinemas no Bairro Siqueira Campos. O Vitória era um dos maiores da cidade, numa época em que era comum os cinemas possuírem mais de mil lugares. As cadeiras desconfortáveis, eram todas de madeira, sem estofamento algum e que faziam parte da anarquia dos jovens freqüentadores, que ao baixarem os leves assentos para sentarem-se, faziam com muita força, provocando o “bate-volta”, para causar grande barulho. Isto provocava a expulsão do anarquista do cinema, quando flagrado por policiais, cujas presenças às sessões, nesta época, era comum. O teto da sala de espera do Vitória era todo ilustrado com pinturas das logomarcas das companhias cinematográficas, como a Universal, Metro, Colúmbia, Paramount e outras. Na sala de exibição haviam seis grandes ventiladores, muito barulhentos, com hélices parecidas com as de avião. Uma vez aconteceu da hélice de um deles topar na grade de proteção, assustando a todos. 
Dois filmes fizeram grande sucesso junto à família sergipana, no finzinho da década de 50: o clássico espanhol “Marcelino Pão e Vinho” (1955), com Pablito Calvo e a triologia SISSI, com a bela Romy Schnaider - Sissi (1955), Sissi, A Imperatriz (1956) e Sissi e seu Destino (1957). Épicos que foram sucessos de bilheteria em sua grande tela cinemascope: Spartacus (1960) com Kirk Douglas e Exodus (1960), com Paul Newman, com uma trilha sonora marcante. O Vitória exibia muitos faroestes, mas, dois clássicos do gênero ficaram na memória de todos, até pelas suas trilhas sonoras: Sete Homens e um Destino (1960), com Yul Braynner, e Três Homens em Conflito (1966), com Clint Eastwood. Logo depois que foi extinta a censura no Brasil, o Vitória passou a ter a qualificação dada pelo Órgão Censor de “Cinema Especial” e passou a exibir filmes que continham cenas de sexo explícito, como o Império dos Sentidos (1976), que gerou grande curiosidade e polêmica, ficando mais de um mês em exibição, fato inédito em Aracaju. Vinha gente de todo o interior do estado para assisti-lo. Outro, foi “Calígula” (1979), com Malcolm McDowell.
Uma das companhias exclusivas do Cinema Vitória era a Condor Filmes, cuja vinheta de apresentação provocava uma anarquia entre os jovens e alguns adultos, que começavam em coro a fazer: xô, xô, xô, como se estivessem espantando o condor, que estava na imagem da tela, pousado, e logo alçaria vôo, desmanchando-se graficamente, transformando-se ao mesmo tempo na palavra apresenta, quando já se podia ver na tela os dizeres: Condor Filmes Apresenta. Na sessão da tarde, sabia-se do seu início, quando o funcionário começava a fechar as portas – e olha que era uma quantidade enorme de portas – as luzes da sala acendiam-se e logo sem seguida, ele subia a escadinha do lado direito do pequeno palco, para abrir, manualmente, a cortina. Neste momento um comercial da loja de discos “A Sugestiva”, era ouvido no auto-falante da tela. A sessão ia ter início. Já se podia ver a vinheta do cine jornal da Atlântida e, logo em seguida, a da Universal, ambas exclusivas do Cinema Vitória.
Armando Maynard
sábado, 9 de agosto de 2008
Fazendo as Honras da Casa...
No último dia 4, a UVA/ORES recepcionou os seus alunos, iniciando assim o seu período letivo, em Aracaju, com todo o garbo. A palestra do gaúcho Áttico Chassot, professor há 47 anos, licenciado em Química, Mestre e Doutor em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, com pós-doutoramento na Universidade Complutense de Madri, foi o ápice da noite. Na platéia, cerca de quinhentas pessoas, dentre estas, Alunos, Professores, Diretores e Convidados, ouviram atentamente o tema discorrido com maestria sobre educação e ciência e a necessidade de se "formar jardineiros cuidadores do Planeta", considerando o momento competitivo em que vivemos, a exigir, cada vez mais, uma postura coerente de ações na busca da convivência pacífica e respeitosa com o "outro". E elucidações tais quais as abordadas pelo Prof. Áttico Chassot só acrescentam e proporcionam reflexões. Brilhante... é o adjetivo que qualifica a aula inaugural para os alunos da UVA/ORES. domingo, 3 de agosto de 2008
Rede Telefônica de Sergipe
A Rede Telefônica Sergipana, funcionou até 29.12.1972, data em que nasceu a TELERGIPE. Ficava na Rua Laranjeiras, próximo ao Cine Aracaju. Nessa época os aparelhos telefônicos eram pretos, pesados, com um disco giratório que constavam a numeração de 1 a 0. Daí a palavra “discar”, tão em voga. Hoje seria digitar, ao invés de ligar, como se fala usualmente. Para se conseguir uma linha, por volta de l969, tinha que se esperar bastante, e... haja paciência. Poucas famílias possuíam telefone, que era um verdadeiro “bem”, incluía-se até em inventário. Para se fazer e receber ligações de outros estados, dependia-se da telefonista. Num domingo ensolarado, a Central recebeu um pedido de uma ligação, vinda da cidade de Salvador, para uma família de Aracaju. A telefonista tentou várias vezes a ligação, o telefone chamava...chamava...mas, ninguém atendia. Quando do retorno, em resposta ao pedido da ligação, a telefonista em vez de informar que o telefone da residência solicitada não atendia, foi mais “precisa”, dizendo “NÃO TEM NINGUÉM EM CASA, FORAM TODOS PRA ATALAIA”. É que nessa época Aracaju não tinha outro lazer, a não ser a Praia de Atalaia, onde realmente todos iam aos domingos.domingo, 27 de julho de 2008
Saudades do Cine Palace (8)

foto e texto de Armando Maynard
domingo, 20 de julho de 2008
A Sutil Imponência da Música
Cresci entre possibilidades de cultura que hoje me vanglorio de tê-las vivenciado: meus pais tinham o hábito da leitura e cultuavam a música. Numa salinha de estar embaixo da escada que levava ao pavimento superior, uma estante relativamente grande compunha o ambiente, altiva e imponente, numa demonstração de que tudo pode pelo que tudo sabe, considerando as histórias e as informações das quais era detentora através dos pesados volumes de imaginação que o seu esqueleto sustentava. Assim, com a curiosidade aguçada pela formação recebida e pelos exemplos que me norteavam, comecei, na adolescência, a buscar leituras mais consistentes como As Duas Mães, Éramos Seis, Os Irmãos Karamazov, e outros tantos volumes pesados e carregados de emoção. As leituras, na minha casa, eram embaladas, sempre, pela música, nos seus diversos estilos, desde a clássica à MPB. A minha mãe deleitava-se ao piano – tocava muito bem – a impregnar sutilmente nos filhos, o gosto musical apurado, que marcou a nossa vida para todo o sempre, até porque a perdemos muito prematuramente. Talvez isso tenha nos transformado em fãs incondicionais do ritmo e da melodia, muito embora, sem aprofundamento técnico algum. Adotamos a música como companheira, não só nos momentos de alegria e de comemorações, mas, e, principalmente, de reflexões, de planejamento, enfim, efetivamente companheira. Tentando seguir os passos da pianista da família, estive por algum tempo lidando com a teoria e a prática, familiarizando-me com este instrumento mágico, capaz de produzir sons que enlevam. Talvez a falta de propósito, estava eu na adolescência, fez-me desistir de tal projeto, infelizmente, digo hoje. Nem isso fez com que eu afastasse a música de mim. Ao contrário, tenho um gosto musical eclético e as escolhas variam conforme o momento. Se estou escrevendo, prefiro a música instrumental – “Certas Coisas” de Milton Guedes, é o meu preferido. Traz músicas muito boas que ajudam a inspiração, como Smooth Operator, Roxanne, Ain’ t No Sunshine e outras. Se ocupada com alguma tarefa mais mecânica, prefiro a MPB, momentos que me fizeram descobrir um estilo de música mais nosso, como Avôhai de Zé Ramalho, excêntrico, tipo Zeca Baleiro, cujo conteúdo das letras são fortes, satirizam, a exemplo do Samba do Approach, que brinca com a questão do estrangeirismo, tão sério e já enraizado nos nossos costumes. As minhas peças para Teatro de Bonecos, essencialmente de cunho didático ( sobre fraseologia popular, diversidade cultural, etc.), são sempre enriquecidas com músicas como a de João Bosco, No Tabuleiro da Baiana, para enfocar as nossas raízes, os nosso costumes. Tem coisa mais prazerosa do que aprender com fantoches e cantando as nossas “coisas”? Pois é... a música consegue nos reenergizar e purificar o nosso dia. Eu tive a sorte de descobrir que isso tem fundamento. Acreditem. E para deleite de todos nós, Luiz Bonfá toca a sua arte. Assistam!
O Fascínio das Bancas de Revistas & Jornais
Difícil é passar por uma e não entrar. Tudo começou com a Bomboniére Chic, administrada pelo saudoso Moacir, pessoa afável e educada. Ficava na Rua Laranjeiras, anexa ao Ponto Chic, (na época, famoso restaurante da cidade, onde hoje funciona a Delegacia do Ministério do Trabalho, na esquina com a Rua João Pessoa). Depois mudou-se para o primeiro trecho da Rua João Pessoa, no Calçadão, transferindo-se em seguida para a Rua Itabaiana, onde permaneceu até o seu fechamento. Considerada o ponto de encontro dos amantes da leitura, políticos e intelectuais, tinha sua maior frequência por volta das 16:30 h., quando chegavam os jornais do sul do país – isto quando não extraviavam, só chegando no outro dia. Nessa época o jornal de maior circulação era o Jornal do Brasil, acompanhado de O Globo e O Estado de S.Paulo e, por ocasião das diretas já, da Folha de S. Paulo, que começou a ter destaque no cenário editorial, pelo seu engajamento político, chegando a concorrer com o Jornal do Brasil em termos de aceitação. Um dos habitués da Chic era o Professor “Zé” Cruz, intelectual, muito conhecido dos Sergipanos, que dizia jamais fazer assinatura de um jornal, pois o prazer estava em ir pessoalmente pegar seu exemplar na Chic. Lá também poder-se-ia encontrar Erotildes, que brincava com quem comprava dois jornais, a Folha e o JB, e perguntava “como você vai ler tudo isso?”. Das revistas semanais da época, destacava-se O Cruzeiro já em seus últimos dias, massacrada pela sua concorrente imediata a revista Manchete, em seu auge, pois com a TV ainda precária e em preto e branco, o Sergipano via o Brasil e o Mundo pela Manchete, com suas fotos grandes e coloridas. Nas famílias, quando o pai chegava em casa com a revista, era uma disputa para ver quem ia ler primeiro. Por ocasião do carnaval era editada a Manchete Especial que fazia a alegria dos patriarcas da época, para ciúme das recatadas e pudicas esposas de nossa querida “barbosópoles”. Em 1968 surgia a revista semanal de texto - como era chamada - a Veja, que viria forçar o fim da revista Visão. Depois, outras surgiram como a Isto É e Afinal. Também se destacavam a Senhor e a Revista Geográfica Universal. Nesta época, uma revista de grande sucesso junto aos leitores foi Realidade, várias vezes apreendida pela censura, por ousadia de suas reportagens. Outra que sofreu muito com a falta de liberdade de expressão foi a Ele & Ela, revista de nus femininos, voltada para o público masculino, mas com textos muito bons sobre costumes e comportamento, educando muitos jovens em sua iniciação sexual, papel hoje feito pelas revistas voltadas ao público feminino, a exemplo da Cláudia. Na chic, pela manhã, encontrávamos os jornais locais: Gazeta de Sergipe de Orlando Dantas, Diário de Aracaju de Assis Chateaubriand, A Cruzada da Arquidiocese, Jornal da Semana de Hugo Costa, Tribuna de Aracaju de Ribeirinho, Jornal de Sergipe de Nazário Pimentel. Todas as bancas e lojas que vendiam revistas e jornais localizavam-se no centro da cidade, com a exceção da banca do Mini - Golfe. No centro, destacava-se a banca de Roberto que ficava em frente à Ponte do Imperador, sendo aos domingos ponto de encontro de amigos, mudando-se depois para a Pça. Fausto Cardoso. A Banca do Coelho, ficava em frente ao Cine Palace, na Rua João Pessoa, já Calçadão, pois quando da construção do mesmo, foram instaladas três bancas em cada trecho, todas padronizadas e feitas de vidro blindex. Uma banca muito visitada era a que ficava ao lado da Igreja São Salvador. Existia uma loja de revistas na rua Itabaianinha, próximo ao Cinema Vitória, que fazia parte do programa, ir ao cinema e na volta passar na mesma. Em formato de corredor, as revistas eram empilhadas, facilitando muito a escolha e manuseio. Surgiram depois as bancas da Livraria Regina, espaçosas e organizadas, que se espalharam por todo o centro. A mais famosa era a que ficava na Rua Laranjeiras, chegando à Rua da Frente. Nessa época as coleções de fascículos eram uma febre,como “A História do Século 20” e a “Enciclopédia Universo”, que, depois de completadas a coleção, eram entregues lá mesmo para encadernar. Hoje, as bancas encontram-se espalhadas por toda a cidade, oferecendo grande diversidade de editoras e revistas segmentadas, apesar da redução das tiragens, causadas pela opção da internet, forçando-as à uma adaptação ao novo tempo sem, contudo, deixar de exercer o fascínio ante o prazer de uma boa leitura.
Armando Maynard
sábado, 12 de julho de 2008
A Feirinha de Natal
terça-feira, 8 de julho de 2008
Por uma Educação Artesanal
Escola, escola, escola... sou estudante, sou educadora, sou mãe...Como educadora procuro exercer minha profissão segundo minhas convicções que insistem em não me deixar esquecer que cada criança é única e necessita ser respeitada e estimulada de acordo com o seu processo de desenvolvimento seja ele natural ou prejudicado por fatores diversos.
Como mãe sofro por perceber que alguns professores não pensam exatamente dessa forma.
Sei das dificuldades da inclusão e da luta dos pais que não se acomodam diante das adversidades encontradas ao longo do percurso.
Mas percebo que não é apenas a criança com deficiência que sofre. Sofre também a criança hiperativa, sofre a criança que é tida como imatura, sofre a criança tímida, a insegura, a que tem alguma dificuldade de aprendizagem...Enfim, sofrem todos os que de uma forma ou de outra diferem da maioria, não se encaixam na forma... porque a escola, affff!!!!! A escola ainda não consegue trabalhar com as diferenças. Será que um dia conseguirá?
O problema é que em algumas escolas (ou seria a maioria?) usa-se apenas um tipo de forma, inclusive no tamanho. Alguns ficam espremidos, apertados, sufocados, pobres coitados!!! Magrinhos, gordinhos, baixinhos ou mais altos, todos, sem excessão precisam caber nela, não existe outra opção. Escolas falidas, fadadas ao fracasso por falta de formas.
No preparo da massa, os mesmos ingredientes e nas mesmas quantidades, sempre...O ritual, repetido exaustivamente, tudo muito previsível e friamente calculado. Se ocorre um imprevisto: o dia mais quente, a massa cresce mais rápido...ou, dia mais frio e a massa demora a crescer, seja o que Deus quiser...
As vezes quando percebe-se que a massa não está a contento, pode-se repetir o processo, quantas vezes isso se fizer necessário, ainda que os procedimentos sejam exatamente os mesmos. Algumas vezes, ela não passa nos testes de qualidade e é reprovada.
Tal qual numa linha de montagem a igualdade dos objetos finais é a prova da qualidade do processo. Produção em série e controle de qualidade, são as metas desse modelo. Os produtos que não se encaixam nesse padrão são descartados ao longo do processo. Alguns são banidos logo na primeira seleção.
Os operários? Ah! não são eles os únicos responsáveis. Sobrecarga de trabalho, caixas e mais caixas de produtos empilhados (ou seria enfileirados?) na sua frente, os salários baixos muitas vezes obrigam-nos a ter que trabalhar em várias fábricas!
Enquanto isso continuamos sonhando com uma educação mais artesanal, onde cada obra, ainda que haja a intenção de torná-la igual sempre acabará ganhando um toque especial que a diferencia da original...Com o dia em que pudermos ajudar a modelar cada uma dessas esculturas que passam pelas nossas mãos e vê-las como obras únicas e especiais.
Antes talvez, o educador precise auto-esculpir-se, conscientizar-se da sua responsabilidade, refazer sua dignidade e encontrar seu valor.
sábado, 5 de julho de 2008
Cine Rio Branco

quinta-feira, 3 de julho de 2008
Saudades do Cine Palace (7)

Cadê a Cadeira de Balanço da Vovó? (os tempos são outros... e elas também!!!)
A expectativa de vida vem aumentando de forma surpeendente. Gostando ou não a maioria de nós vai viver mais do que os nossos pais viveram. Segundo o IBGE, esta realidade não é um fenômeno nacional, mas uma tendência mundial. Em todo o mundo, a esperança de vida aumentou 19 anos entre 1950 e os dias de hoje. Em 2050, a população de idosos deve atingir 2 bilhões, ou quase 25% da população do planeta. Na verdade, esta é uma boa ou má notícia? A resposta é um quebra-cabeças e varia de pessoa para pessoa. Cabe a cada um de nós decidir. Pode ser uma má notícia. Péssima mesmo, se nos condenarmos a envelhecer e, deprimidos, sozinhos e sem vitalidade, ficarmos esperando os últimos dias. Pode ser uma excelente notícia. Como? A idade nos traz conhecimentos e experiências acumulados, que dão liberdade para escolher nosso próprio caminho, fixar as próprias regras, nos permitem lidar com os acidentes da vida sem impulsividade, sem sentimentos desgovernados, sem passividade, culpa ou rancor. Temos tempo para cuidar de nós mesmos, para criar e colocar em prática, projetos e sonhos, com a coragem e confiança que só a idade garante. Mudar hábitos de alimentação, deixar de fumar, fazer exercícios físicos regulares, colocar em prática alguns projetos de vida, dançar, viajar, passear, por que não? Podem não ser o elixir da juventude, mas, seguramente, trazem mais bem estar e qualidade de vida. Em consequência, afloram os benefícios da interação social e a descoberta de novos amigos, com interesses comuns e mesmos desafios diante da vida. Mas... e onde estão as vovós? A gente não está encontrando mesmo, porque elas mantém uma rede de amigos e estão tomando sol numa praia... ou consultando a internet para satisfazer qualquer que seja a curiosidade. Elas não acreditam na obrigação do envelhecer, vivem no presente e tem planos para o futuro. E curtem saber que vem muito mais pela frente do que o que ficou para trás, que vale a pena investir em seu bem-estar e podem "chegar aos 100" com saúde e entusiasmo diante da vida, graças a Deus e às novas formas de pensar.quarta-feira, 2 de julho de 2008
Delírios... ou Retrocesso da Humanização?
terça-feira, 1 de julho de 2008
Gazeta de Sergipe

sábado, 28 de junho de 2008
Instrumento de Compreensão do Mundo
ORES exercita a Gestão Democrática
- Dona Águia, já que somos amigas, rogo-lhe que não coma meus filhotes.
- Certamente - respondeu a águia - nossa amizade me impede de fazê-lo. Mas como os reconhecerei se nem mesmo sei onde fica o seu ninho?
- Ora, Dona Águia, é fácil. Eles são os filhotes mais lindos da floresta!
Assim, para Dona Águia não correr riscos de arranhar sua amizade com Dona Coruja, procurou comer apenas os filhotes mais feios que encontrou: um par de criaturas horrorosas com grandes olhos arregalados enfiados numa toca em uma velha árvore."






