terça-feira, 1 de julho de 2008

Gazeta de Sergipe


O Jornal de seu Orlando, o homem do terno de linho branco. A Gazeta de Sergipe foi criada pelo idealista Orlando Dantas em 1956, com o nome primeiro de Gazeta Socialista. Funcionava na popularmente conhecida Rua da Frente, ou seja, Av. Rio Branco, providencialmente, em frente ao Bar do Pinto, onde reunia-se a turma do jornal, que, entre uma cerveja e outra, pautavam as reportagens. A nata do jornalismo sergipano trabalhava na Gazeta, como Luiz Carlos Barreto – clicherista e fotógrafo, João Oliva Alves, Luiz Antonio Barreto, Pascoal Maynard, José Rosa, Ancelmo Góes, José Carlos Monteiro, Ivan Valença, Nino Porto, Diógenes Brayner, Ezequiel Monteiro, Alberto Carvalho, Fernando Maynard como revisor, Gilvan Manoel, Rita Oliveira, Cláudio Nunes, Paulo Brandão - neto de Orlando - e seu último diretor, Eronildes Nogueira, seu contador e gerente e Sebastião Chagas - o Lelê. Contava com colaboradores como Paulo Fernando Teles de Morais, Petrônio Gomes e Acrísio Torres. Nos tempos áureos da Gazeta, foram empreendidas várias campanhas, como O Petróleo é Nosso, pelo Porto de Sergipe e na da defesa de nossos minérios. Na época da revolução, por causa do seu conteúdo, editores e jornalistas eram chamados ao Exército para prestar explicações sobre as matérias. A segunda página do jornal era da dupla Zózimo Lima, com sua coluna Variações em Fá Sustenido e a Coluna de Ariosvaldo Figueiredo, dois intelectuais de peso, que engrandeciam o jornal. No meio da página, os Grandes Editoriais davam verdadeiras aulas de ética e política. Na quarta página o Informe GS, coluna de Nino Porto, trazia notas políticas com pitadas de bom humor. A Coluna Social com Lânia Duarte, Clara Angélica, Luiz Adelmo e, depois, Pedrito Barreto, contava os fatos da sociedade, enquanto a coluna de cinema de Ivan Valença relatava os festivais, como o de Cannes, ao qual compareceu. Diógenes Brayner com sua excelente coluna de análise política. E na últma página grande cobertura esportiva. Aos domingos havia o suplemento Gazetinha. O noticiário local era muito completo. Suas Grandes Reportagens na área policial acompanhava os crimes até a sua elucidação. Dois exemplos foram os crimes de Carlos Werneck, assassinado pelo sapateiro La Conga e do médico Carlos Firpo, casado com Dona Milena Mandarino. Na época das campanhas eleitorais, havia ferrenha disputa entre a Rádio Liberdade e a Gazeta de Sergipe. Quando deixou de circular, a Gazeta fez muita falta, ficando um vazio enorme, pois não tinha, na cidade, um jornal com a coragem e independência que eram a sua marca registrada. A Gazeta de Sergipe sempre fora um jornal combativo e ideologicamente comprometido com os problemas sociais, que afetam, até hoje, os pobres Sergipanos.
Armando Maynard

Um comentário:

Jornalista Grace Melo disse...

Infelizmente não acompanhei a gazeta. em seus tempos áureos eu não era leitora de jornais. Sinto falta desse bom jornalismo que tem como objetivo prestar um serviço à comunidade.