terça-feira, 27 de maio de 2008

MANIFESTAÇÃO CULTURAL: a veia da nossa história

O povo é o sumo da sua própria cultura. Os seus hábitos constituem a história e a tradição que se perpetuam e embasam o comportamento das novas gerações. E é este “vício” que não pode ser menosprezado.
A globalização, naturalmente, impõe um novo paradigma, que, prudentemente, deve ser agregado aos costumes regionais já arraigados, e peneirados em consonância com os valores morais e culturais, fundamentando o comportamento das novas gerações.
O Nordeste é um rico celeiro de hábitos e costumes inerentes a um povo, que, na sua simplicidade, representa a fortaleza do ser humano ante os obstáculos que a vida lhe impõe. Por conta dos modernismos, desencadeia-se, radicalmente, um processo de aculturação, que de uma forma tida como natural, provoca uma descaracterização do folclore regional que representa as nossas raízes, alicerce da cultura local, e que se encontra em toda parte: nas cadeiras na calçada, nos remédios populares, nas frases nos caminhões, nos provérbios, nas superstições, nas danças, as comidas, nas festas, etc.
É preciso que haja uma conscientização no sentido de semear o que é realmente “nosso”, defendendo a fundamentação destes hábitos. Os festejos juninos estão aí e representam uma oportunidade ímpar para o começo deste resgate, prestigiando e enaltecendo o verdadeiro forró, o pé-de-serra, aquele com gostinho de interior, de saudosismo, de roda de família. As fogueiras esquentam o mês de junho para as homenagens aos santos católicos: Santo Antônio, São João e São Pedro e para a apresentação das quadrilhas.
Enfeita-se a casa com palhas de coqueiro, para ter a aparência de um verdadeiro arraial, com bandeirolas, iluminando bem toda a área da festa com gambiarra e até mesmo lampiões. A culinária tem o seu papel de destaque, tendo como ingrediente primordial e imprescindível o milho, porque sem ele não provaríamos o sabor da canjica, pamonha, bolo, etc.
Neste período não podem faltar os fogos de artifício e o mastro ao lado da fogueira, em cuja brasa assa-se o milho verde.
Portanto, entre neste clima e reacenda a paixão pelos folguedos juninos, saboreando o prazer de momentos preciosos.
Lygia Prudente

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