Através da Alegoria da Caverna, Platão chama a atenção para homens que se encontram acorrentados em uma caverna desde a infância, de tal forma que, não podendo se voltar para a entrada, apenas enxergam o fundo da caverna, onde são projetadas sombras das coisas que passam às suas costas, onde há uma fogueira. Caso um desses homens conseguisse soltar-se das correntes para descobrir, à luz do dia, os verdadeiros objetos, quando regressasse para contar, entusiasticamente, o que vira, não teria o seu entusiasmo acatado nem o crédito do que informaria, e seus antigos companheiros o tomariam como louco. No sentido epistemológico, Platão compara o acorrentado ao homem comum, que se deixa dominar pelos sentidos, pelas paixões, e, com isso, só absorve um conhecimento imperfeito da realidade, limitado ao mundo no qual as coisas são meras aparências e estão em constante fluxo e denomina esta contemplação de opinião. Quando a razão supera o mundo da ilusão e consegue atingir o mundo das idéias, dos verdadeiros modelos arquétipos, fazendo com que o homem liberte-se das correntes, Platão diz que ele, o homem, passou a ser filósofo e que as idéias são mais reais que as próprias coisas. Trocando em miúdos: a caverna é o mundo das aparências em que vivemos e as sombras projetadas no fundo representam, exatamente, aquilo que não percebemos. As correntes são nossos preconceitos e opiniões, nossas crenças, de que o que estamos percebendo é realidade. Mas quem é o prisioneiro que se liberta e sai da caverna? É o filósofo, aquele que tem amor pelo saber. E a luz do sol é a verdade, a nossa realidade.
Tudo isso para enaltecer a postura do CENTRO DE EDUCAÇÃO APOENA, que, numa atitude de rendição às mudanças, escolheu o caminho coerente da busca do melhor, expondo-se à críticas e colocando-se receptivo à sugestões, numa visão de crescimento fundamentado, calcada na discussão dos partícipes do processo e acreditando no trabalho conjunto e na força da partilha de idéias. Assim, aconteceu no último dia 23, sábado, em Fortaleza/CE, a OFICINA DE SENSIBILIZAÇÃO APOENA, com a participação dos seus colaboradores dos Estados do Amapá, Sergipe e Ceará, numa oportunidade ímpar de congraçamento e troca de experiências, com o objetivo de um crescimento alicerçado por pilares como o “saber ouvir”, o comprometimento e normas ditadas a partir das discussões. A sensibilização, com certeza, enriqueceu o nosso olhar, tornando-o mais aguçado e perspicaz para o mundo das idéias.
Parabéns ao APOENA.
Lygia Prudente
4 comentários:
O sucesso se alcança com as pessoas... Parabéns pela presença firme e participativa em nosso evento...Parabéns pelo brilhantismo.
Abraço Fraternal.
Daniel F.
Eita mulher! Acho difícil encontrar um comentário tão profundo como o seu sobre o nosso encontro... Parabéns!
Sensibilidade é uma coisa que falta nos dias de hoje não é mesmo?
Se o ser humano fosse mais sensível não haveria tanta indiferença, tanta guerra, tanta violência.
E aprender isso numa oficina então... Que se façam mais eventos como esse.
Ahhh EWstou linkando seu blog no meu blog. rsrsrs Obrigada pela visita.
Perfeitamente. Platão tinha razão e seu conceito continua vivo nos dias atuais, afinal, precisamos superar tantas amarras diárias e encontrar a luz do Sol da verdade que sempre estará brilhando, porém, nem todos, ainda, conseguem essa proeza, pois estão presos em falsos conceitos conquistados através de lições duvidosas que tinham mais interesse em criar amarras – acorrentar a pessoa – do que libertá-la para uma vida livre, produtiva, prazerosa e, claro, responsável.
Na atualidade às amarras continuam para os incautos que não têm, ainda, condições de discernir entre o joio e o trigo. Por tudo isso, esses trabalhos – assim como faz a APOENA – é de fundamental importância para abrir janelas – da consciência – enquanto muitas portas se fecham, todos os dias, para os que não dão a devida importância aos valores intrínsecos da elevação humana, através da busca permanente da sensibilidade, do respeito, do diálogo, da troca de informação e da abertura dos canais da sabedoria que são o marco da própria existência.
Abs
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