O Cinema Vitória ficava no último trecho da Rua Itabaianinha, em Aracaju/ Sergipe, onde hoje é o prédio das Lojas Americanas. Dos cinemas do centro foi o primeiro a fechar. Pertencia à Ação Solidária dos Trabalhadores, Instituição ligada à Igreja Católica. Ela tinha mais dois cinemas no Bairro Siqueira Campos. O Vitória era um dos maiores da cidade, numa época em que era comum os cinemas possuírem mais de mil lugares. As cadeiras desconfortáveis, eram todas de madeira, sem estofamento algum e que faziam parte da anarquia dos jovens freqüentadores, que ao baixarem os leves assentos para sentarem-se, faziam com muita força, provocando o “bate-volta”, para causar grande barulho. Isto provocava a expulsão do anarquista do cinema, quando flagrado por policiais, cujas presenças às sessões, nesta época, era comum. O teto da sala de espera do Vitória era todo ilustrado com pinturas das logomarcas das companhias cinematográficas, como a Universal, Metro, Colúmbia, Paramount e outras. Na sala de exibição haviam seis grandes ventiladores, muito barulhentos, com hélices parecidas com as de avião. Uma vez aconteceu da hélice de um deles topar na grade de proteção, assustando a todos.
Dois filmes fizeram grande sucesso junto à família sergipana, no finzinho da década de 50: o clássico espanhol “Marcelino Pão e Vinho” (1955), com Pablito Calvo e a triologia SISSI, com a bela Romy Schnaider - Sissi (1955), Sissi, A Imperatriz (1956) e Sissi e seu Destino (1957). Épicos que foram sucessos de bilheteria em sua grande tela cinemascope: Spartacus (1960) com Kirk Douglas e Exodus (1960), com Paul Newman, com uma trilha sonora marcante. O Vitória exibia muitos faroestes, mas, dois clássicos do gênero ficaram na memória de todos, até pelas suas trilhas sonoras: Sete Homens e um Destino (1960), com Yul Braynner, e Três Homens em Conflito (1966), com Clint Eastwood. Logo depois que foi extinta a censura no Brasil, o Vitória passou a ter a qualificação dada pelo Órgão Censor de “Cinema Especial” e passou a exibir filmes que continham cenas de sexo explícito, como o Império dos Sentidos (1976), que gerou grande curiosidade e polêmica, ficando mais de um mês em exibição, fato inédito em Aracaju. Vinha gente de todo o interior do estado para assisti-lo. Outro, foi “Calígula” (1979), com Malcolm McDowell.
Dois filmes fizeram grande sucesso junto à família sergipana, no finzinho da década de 50: o clássico espanhol “Marcelino Pão e Vinho” (1955), com Pablito Calvo e a triologia SISSI, com a bela Romy Schnaider - Sissi (1955), Sissi, A Imperatriz (1956) e Sissi e seu Destino (1957). Épicos que foram sucessos de bilheteria em sua grande tela cinemascope: Spartacus (1960) com Kirk Douglas e Exodus (1960), com Paul Newman, com uma trilha sonora marcante. O Vitória exibia muitos faroestes, mas, dois clássicos do gênero ficaram na memória de todos, até pelas suas trilhas sonoras: Sete Homens e um Destino (1960), com Yul Braynner, e Três Homens em Conflito (1966), com Clint Eastwood. Logo depois que foi extinta a censura no Brasil, o Vitória passou a ter a qualificação dada pelo Órgão Censor de “Cinema Especial” e passou a exibir filmes que continham cenas de sexo explícito, como o Império dos Sentidos (1976), que gerou grande curiosidade e polêmica, ficando mais de um mês em exibição, fato inédito em Aracaju. Vinha gente de todo o interior do estado para assisti-lo. Outro, foi “Calígula” (1979), com Malcolm McDowell.
Grande êxito de público, também, foi o filme nacional “Dona Flor e seus Dois Maridos” (1976), com Sônia Braga.
Uma das companhias exclusivas do Cinema Vitória era a Condor Filmes, cuja vinheta de apresentação provocava uma anarquia entre os jovens e alguns adultos, que começavam em coro a fazer: xô, xô, xô, como se estivessem espantando o condor, que estava na imagem da tela, pousado, e logo alçaria vôo, desmanchando-se graficamente, transformando-se ao mesmo tempo na palavra apresenta, quando já se podia ver na tela os dizeres: Condor Filmes Apresenta. Na sessão da tarde, sabia-se do seu início, quando o funcionário começava a fechar as portas – e olha que era uma quantidade enorme de portas – as luzes da sala acendiam-se e logo sem seguida, ele subia a escadinha do lado direito do pequeno palco, para abrir, manualmente, a cortina. Neste momento um comercial da loja de discos “A Sugestiva”, era ouvido no auto-falante da tela. A sessão ia ter início. Já se podia ver a vinheta do cine jornal da Atlântida e, logo em seguida, a da Universal, ambas exclusivas do Cinema Vitória.
Uma das companhias exclusivas do Cinema Vitória era a Condor Filmes, cuja vinheta de apresentação provocava uma anarquia entre os jovens e alguns adultos, que começavam em coro a fazer: xô, xô, xô, como se estivessem espantando o condor, que estava na imagem da tela, pousado, e logo alçaria vôo, desmanchando-se graficamente, transformando-se ao mesmo tempo na palavra apresenta, quando já se podia ver na tela os dizeres: Condor Filmes Apresenta. Na sessão da tarde, sabia-se do seu início, quando o funcionário começava a fechar as portas – e olha que era uma quantidade enorme de portas – as luzes da sala acendiam-se e logo sem seguida, ele subia a escadinha do lado direito do pequeno palco, para abrir, manualmente, a cortina. Neste momento um comercial da loja de discos “A Sugestiva”, era ouvido no auto-falante da tela. A sessão ia ter início. Já se podia ver a vinheta do cine jornal da Atlântida e, logo em seguida, a da Universal, ambas exclusivas do Cinema Vitória.
Armando Maynard
5 comentários:
Cheguei em Aracaju apenas em 88 e não conheci o Cine Vitória. Mas, o seu relato é muito parecido com o que aconteceu comigo nos tempos de garoto lá na minha cidade natal. Os sucessos, os comportamentos e a estrutura dos cinemas de bairro por lá era muito parecido com o que acontecia por aqui. A sua história me transportou para os deliciosos momentos de descoberta da maravilhosa arte cinematográfica lá em Realengo, na década de 60. Parabens pelo seu espaço.
putz... "A Sugestiva"? Essa loja existe até hj... e o cine Vitória só conheço por ouvir dizer e pouco... Meus pais nem sonhavam com a existência de Aracaju nessa época... Gostei do post... E mais ainda dos posters!
Depois do momento de nostalgia.....
Lembro-me do cine Aracaju, principalmente dos filmes de Os Trapalhões que eu não perdia um.
Abraços pai. Está muito legal !!!
Ei Armando!
Vim retribuir a visita e dizer que adorei o seu blog!
Em BH tbm havia muitas salas de cinema, que hoje foram engolidas pelos salas/cubículos dos "shopping centers". Me lembro quando mudei pra cá, em dezembro de 77. Eu era uma garotinha de 10 anos que adorava aquela sensação deliciosa de estar dentro de um cinema enorme. Quando vc mencionou as vinhetas, poxa vida... Fui parar lá no passado.
Pena que a maioria das coisas boas acabaram, não é?
Aqui em BH, dois dos grandes cinemas estão sendo reformados. Eles irão se transformar em centros culturais, com algumas salas de cinema(pequenas, mas melhor do que nada).
Adorei o post .. eu amo cienma, embora não seja uma estudiosa do tema.
E fico feliz que meu post sobre o amor de avô/avó tenha te emocionado. Realmente é uma coisa intrigante, né?
Família é a melhor coisa do mundo!
Grande abraço e beijos para vc e o netinho!
Espero sua visita para tomar um cafezin com pão de queijo virtual hehe.
Estive aqui visitando sua página.Parabéns por seu trabalho.Obrigado pela visita na página da tv piratini canal 5 rede tupi porto alegre RS. Jota Pedroso
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