domingo, 22 de fevereiro de 2009

Casa de "Vó" (2)


Falamos da importância do contato, mesmo que esporádico, com todos que integram a nossa família, quando aproveitamos o período natalino e relatamos as lembranças inesquecíveis enraizadas nos nossos corações, do Natal da Casa de “Vó”. Percebemos que esse sentimento de saudade é universal, pela acolhida que teve aquele depoimento e pelos comentários entusiasmados despertados pelas lembranças pessoais. Por isso mesmo, e aproveitando o Carnaval, voltamos à Casa de “Vó”. Eu, Armando e nossos dois filhos, Simone e Guilherme, passávamos o Carnaval na casa de Edson e Luiza, cunhado e irmã de Armando, em Pirambu. Lá pelos idos de 1993, inauguramos a casa e daí em diante ela passou a ser o point dos feriados prolongados. Além dos proprietários serem simpáticos e acolhedores anfitriões, Pirambu é uma praia do litoral norte de Sergipe/Brasil, e, por si só, era atraente programação, principalmente para adolescentes. O Carnaval representava “lotação completa”, porque lembro bem, em um desses feriados, tivemos o prazer (nisso tem os dois lados da moeda: o trabalho e a alegria que tudo isso proporcionava) de reunir 42 pessoas. Nós locávamos uma “topic” e, além de nós quatro, iam também conosco primos e amigos, tanto de Guilherme quanto de Simone, sem falar nos demais convidados dos anfitriões, na sua maioria familiares de Edson. As tarefas domésticas e as despesas eram, na medida do possível, distribuídas entre todos numa partilha clara do ônus e do bônus, normalmente gerados por momentos marcantes. Como se pode imaginar, não havia tranqüilidade nem calmaria, porque o movimento do entra e sai de adolescentes era alucinante. Incrível como eles não cansam na mesma proporção que nós. A pracinha onde ainda acontece o carnaval, fica bem próxima do nosso endereço e a facilidade das cidades pequenas do trânsito fácil e seguro, permitia que liberássemos a programação dos jovens, desde que essa liberdade ficasse atrelada à horários e outros compromissos. A hora das refeições era uma verdadeira “festa de Babete”, pela quantidade de comida que se preparava. Eu levava para o primeiro dia da estadia, um caldeirão de feijoada. E íamos diversificando o cardápio nos outros dias. À noite, antes de irmos à pracinha, era saboreado por todos um “cachorro-quente” com refrigerante. Para que se tenha uma idéia, comprávamos por noite, cerca de 100 (cem) pães. A casa ainda era pequena, embora tivesse três quartos, e os jovens dormiam na garagem, nos dois primeiros anos, considerando que os quartos eram destinados aos casais e aos mais velhos – D. Iracema e D. Aliva, mães de Edson e de Luiza, respectivamente e, fisicamente, não mais entre nós. Depois, a casa foi crescendo na sua estrutura. Bons tempos passam depressa e os filhos crescem sem que percebamos. Pois é, os nossos cresceram, constituíram família também, e a Casa da “Vó” de Pirambu, por um período, perdeu aquele “helan”. Hoje, eu estou voltando aos velhos tempos, e retomei o carnaval passado em Pirambu, de onde agora publico essa postagem, e onde se reuniram, novamente, os não mais adolescentes – nossos filhos, desta feita com os seus rebentos, nossos netos e sentindo a ausência a esse reencontro de Guilherme que, atualmente, mora em São Paulo. Carinhosamente, dedico esse registro à Luiza e Edson por poderem ter proporcionado todo esse turbilhão de vivências e sentimentos. Posso dizer que tudo vem à tona, como boas e acalentadoras lembranças de tempos que não voltam mais, tempos do Carnaval da Casa de “Vó” de Pirambu.


Lygia Prudente



4 comentários:

Daniel Savio disse...

Que bom que o seu carnaval está sendo tão animado assim...

Fique com Deus, menina Ligya e menino Armando.
Um abraço.

Saco de Bagulhos disse...

Me deu uma saudade da minha infância e da minha adolescência, de quando visitava os parentes... Não que isso não aconteça hoje, mas parece que era muito mais acalentador, mais confortável, quando nossas responsabilidades eram outras, menores.
Abraço

Marlene Alves Calumby disse...

PARABÉNS pela feliz oportunidade de reviver belos momentos de uma linda historia de amor...

tesco disse...

Que bom rever os parentes, mesmo anos depois da juventude, não? A impulsividade diminui mas a alegria permanece. Agora o que se faz é aguardar que os netos subdtituam os filhos nas peraltices. _Beijos.