domingo, 3 de março de 2013

A cordialidade e a gentileza na contemporaneidade


A cultura tem as suas especificidades, variáveis com os costumes locais. Até aí, tudo bem! Mas no nosso cotidiano, o exercício de bons hábitos está ficando, notadamente, escasso. E o que seria “bons hábitos”, alguns poderiam questionar? E eu diria: a prática de valores considerados universais, tal a relevância que têm nas relações e na convivência entre pessoas.  “Bom dia”, “por favor”, “com licença”, “desculpe”, “até logo” são expressões valorosas, raramente empregadas nos dias atuais. Podemos dizer que houve um retrocesso no trato social ou a contemporaneidade está acatando como natural essa frieza e esse isolamento no lidar com o outro. Pela minha vivência em escola, percebo que a educação doméstica está perdendo a sua escala de valores, naturalmente, em decorrência de vários e diversos fatores, a exemplo da necessidade de subsistência da família e o compromisso com o trabalho dos pais que, assim, estão afastados, por muito tempo, do dia a dia dos filhos. A escola tem assumido, por imposição da explícita necessidade, simples rotinas como ensinar a limpeza bucal, a postura nas ocasiões solenes, a dirigir-se ao outro respeitosamente, a importância da higiene pessoal, e outros e outros hábitos que eram, são e devem continuar sendo, de incumbência da família. Então, a incivilidade está sustentada na educação recebida pelo indivíduo na sua formação, porque a modernidade não pode carregar esse fardo. Os limites éticos precisam ser trabalhados rotineiramente, não só na escola, mas nas empresas através da disseminação da gentileza e cordialidade, a fim de melhorar o marketing pessoal e, consequentemente, o ambiente de trabalho. A amabilidade sinaliza a boa educação. Como diz o provérbio: “As palavras amáveis e delicadas são como o mel; fazem bem à alma, dão saúde à vida.”

Lygia Prudente

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