A cultura tem as suas especificidades, variáveis com os costumes locais.
Até aí, tudo bem! Mas no nosso cotidiano, o exercício de bons hábitos está
ficando, notadamente, escasso. E o que seria “bons hábitos”, alguns poderiam
questionar? E eu diria: a prática de valores considerados universais, tal a
relevância que têm nas relações e na convivência entre pessoas. “Bom dia”, “por favor”, “com licença”,
“desculpe”, “até logo” são expressões valorosas, raramente empregadas nos dias
atuais. Podemos dizer que houve um retrocesso no trato social ou a
contemporaneidade está acatando como natural essa frieza e esse isolamento no
lidar com o outro. Pela minha vivência em escola, percebo que a educação
doméstica está perdendo a sua escala de valores, naturalmente, em decorrência
de vários e diversos fatores, a exemplo da necessidade de subsistência da
família e o compromisso com o trabalho dos pais que, assim, estão afastados,
por muito tempo, do dia a dia dos filhos. A escola tem assumido, por imposição
da explícita necessidade, simples rotinas como ensinar a limpeza bucal, a
postura nas ocasiões solenes, a dirigir-se ao outro respeitosamente, a
importância da higiene pessoal, e outros e outros hábitos que eram, são e devem
continuar sendo, de incumbência da família. Então, a incivilidade está
sustentada na educação recebida pelo indivíduo na sua formação, porque a
modernidade não pode carregar esse fardo. Os limites éticos precisam ser
trabalhados rotineiramente, não só na escola, mas nas empresas através da
disseminação da gentileza e cordialidade, a fim de melhorar o marketing pessoal
e, consequentemente, o ambiente de trabalho. A amabilidade sinaliza a boa
educação. Como diz o provérbio: “As palavras amáveis e delicadas são como o
mel; fazem bem à alma, dão saúde à vida.”
Lygia Prudente