A Revolução Industrial tornou as organizações maiores e mais complexas, trazendo consigo avanço tecnológico e uma visão focada para a lucratividade e produtividade, onde homens já não se identificam com o produto de seu trabalho. Cada vez mais percebemos em nossos lares e local de trabalho, as amarras da tecnologia bitolando fortemente o ser humano, individualizando-o, dificultando seu contato e relacionamento com os demais, mutilando indiretamente a criatividade, a imaginação, a percepção e a espontaneidade. Uma grande parte de nossas vidas é gasta nos domínios da conformidade: estamos sujeitos à considerável manipulação e ajustamento, e é bem possível que muitas das escolhas que nos estão abertas, são mais aparentes do que reais. O homem vai deixando de lado sua capacidade criadora para tornar-se a “engrenagem de uma máquina”. A experiência do homem urbano, metropolizado, funde-se com a tecnologia moderna. Parece que o ritmo das máquinas impõe um novo ritmo e um novo tempo para o ser humano. Qual a questão mais vital para as empresas hoje? Capital? Estratégia? Produtos Inovadores? Tecnologia de Ponta? São todos eles, itens poderosos. Mas, subitamente, perdem a intensidade e a força quando confrontados com outro tópico: o talento. Nada é tão vital na agenda das “grandes” empresas, hoje, como o talento. O movimento de valorização das relações humanas no trabalho surgiu da constatação da necessidade de se considerar a relevância dos fatores psicológicos e sociais na produtividade, consequentemente, passou-se a valorizar as relações humanas no trabalho. Há um crescente rebuliço das pessoas e das empresas na busca pelo bem-estar e melhoria da qualidade de vida individual e corporativa, principalmente pelo fato de que, para sustentar o nível de qualidade dos produtos, é necessário ter funcionários saudáveis e capacitados. Não deve existir conflitos entre uma vida de encantos e de atividades práticas e produtivas, que podem servir uma a outra: uma deleitando o espírito e a saudável ambição, a outra confortando o coração.
Lygia Prudente